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O Andarilho Das Sombras


Título: O Andarilho Das Sombras - Volume Um da série Tempos de Sangue

Autor: Eduardo Kasse

Páginas: 378

Editora: Draco

Ano: 2012

Sinopse: No romance O Andarilho das Sombras, primeiro volume da série Tempos de Sangue, Eduardo M. Kasse conta uma história instigante de como escolhas e uma promessa maliciosa criaram um grande mal. Para salvar a vida de quem amava, Harold Stonecross sacrificou sua alma em um jogo de poder entre deuses decadentes e se tornou um demônio em busca de sangue. Nesta fantasia sombria, entre lendas esquecidas, dogmas e mitos, Harold narra passagens de sua longa existência, repletas de conexões com tempos imemoriais, enquanto caminha pelas ruelas escuras e imundas da Europa da Idade das Trevas. Sedutor e fatal, Harold fez do mundo o seu palco. Em sua atuação, a História escrita pelos homens confunde-se com as histórias de terror contadas pelos mais velhos. Nobres, sacerdotes, homens comuns, não importa: sempre haverá um rastro de sangue após as cortinas baixarem.

O livro Andarilho Das sombras me foi apresentado pela editora Draco. Primeiro me interessei pelo nome, e depois que li a sinopse não tive dúvidas, eu realmente o queria. Na verdade me surpreendeu, não imaginava que tal livro me levaria a questionar tantas coisas, e me apresentar algo tão rico.

A estória se inicia com a saga de Harold Stonecroos, o homem da noite, um invencível, o imortal. Que nos leva para o século X e XI, no cenário medieval inglês. A narrativa é feita na primeira pessoa, em que horas a narração nos é apresentada, no tempo passado e por outro momento o tempo presente. O autor nos narras de forma espetacular, o mundo sóbrio de Harold o príncipe da Noite, inserindo as peças do quebra cabeça e tudo se encaixando, gosto de quando o autor não deixa brecha, preenche os possíveis espaços.

Para melhor entender faz-se necessário voltar às coisas primeiras. Quem era Harold humano? Um menino injustiçado pela vida, desde o nascimento odiado pelo pai, tendo que conviver com situações muito triste e humilhante. Confesso que por muitas vezes quis proteger o pequeno Harold, fiquei com raiva do pai, e quis colocá-lo em seu lugar. Depois de um tempo o nosso menino cresce, a vida de certa forma lhe tira pra longe dos seus não escolhidos, e lhe coloca ao encontro dos que seriam seus parentes verdadeiramente. Etentou a duras penas cuidar de si. O que de certa forma, me fez lembrar do dasei, de Heidegger, e me pego analisando o Ser, isso é, o homem é um ser jogado no mundo, e este só se compreende como ser mediante sua relação com o mundo, e nosso Harold, seguiu para interagir com o mundo, apesar de que segue sua caminhada sem ter noção do que o aguardava, no entanto, estava a se interagir com o que se mostrava.

A Europa era movida pelo medo das guerras da doença e de deuses. A qual Harold nos narra de forma espetacular a sua vida, ou melhor, sua morte! Por que não dizer ambas? O que sei é que o livro leitura de um encanto inebriante que mistura um pouco de curiosidades, medo e horror. Sentir certo medo desse homem das trevas, mas, depois que conheci sua estória, e soube o que realmente lhe aconteceu, pude entender, e me voltei para o Harold, pois para poder entender a vida do outro é preciso compreender, e entender as vivências e vivenciei de forma encantadora. O medo que de inicio sentir transformou -se em admiração. Pode um monstro se tornar atraente? E porque não dizer apaixonante? O Harold sim. O destemido, o matador, o sanguinário, tendo como seu proposito tão somente se alimentar, estavas preso àquela sina, que em momentos de sofrimento lhe vinha às angustias, por ser uma besta a matar tão somente pela fome, no entanto, até para fazer tal ação muita das vezes fazia com classe, encantando suas vitimas. Encantei-me pelo príncipe!

Julgá-lo? Jamais quem sou eu uma simples mortal para tal, houve seus motivos, quem me garante que no momento de dor não me tomaria tais decisões. Quantas pessoas que estão aqui no mundo jogados, tentando se encontrar , se encaixar estão presos e encarcerados a dogmas a conceitos pré estabelecidos, e vivem como uma besta fera, ou muitos fingem, vivem o aparente. E muitos tapam seus os olhos para não ver a realidade. Alguns matam por razão que desconehcemos, no entanto algo lhe moveu para.Outros roubam, estrupam, houve seus motivos, é certo? Não, a sociedade o condena, mas o que a sociedade não sabe é o que tem por trás de toda a má ação. Pois somos brinquedos nas mãos dos deuses e fazem conosco o que bem lhe apraz, , e o que nos restas? Manter as máscaras para não deixar aparecer que realmente somos, pois na vida , o que de fato se precisa é sobreviver, ou como o livro nos mostra : Como ovelhas tolas as pessoas vivem sob o manto do cotidiano. Acordam, rezam, trabalham,comem, trepam, rezam e dormem. E deveriam continuar assim. O conhecimento traz a liberdade, mas também instiga grandes dores e medos. diante disso nos resta a loucura, pois ela é capaz de nos afastar desse conhecimento, tornando -nos mais felizes e alheio ao que nos apresentam.

O nosso Andarilho das Sombras,vivaim a encantar com seus dons, um deles era o canto, belissimas canções que enebriava a quem pudesse ouvi-las :

"Quando a noite escura cai

E a divina luz adormece

A coragem do homem se esvai

E temeroso ele faz sua prece

Deus, olhai por nós com amor

E nos protegeis de todo o mal

Então ele se esquece do temor

Pois confia no pai imortal..."

Quando humano, nosso Harold segue seu caminho, vivendo com pessoas que lhe ajudam e que de certa forma precisam de seus cuidados também, encontrando diversas pessoas.Quem merece uma pausa para tecer comentários é o nosso o Endred, nosso amiguinho, de quem me afeiçoei rapidinho, e seu pai o Eofwine, um rendeiro que morava apenas com o filho pois a mãe morrera no parto, tentaram matar o pequeno Edred, e apesar da deformidade do garoto, possuía uma saúde de ferro, e o nosso Harold, logo se apegou ao menino, e que conviveram momentos muitos bons de alegrias e gargalhadas, o que assim depois de um tempo Harold decide partir, seguido de nosso pequeno Endred, isso de fato mostra o quanto somos seres humanos carentes , necessitando da atenção do outro, e assim, juntos seguem viagem e passam por aventuras mil, cada pessoa que se encontra é um aprendizado tanto para Harold, quanto para o pequeno Endred , viviam nas andanças, vivenciando diferente culturas, encontrando as adversidades da vida, surgindo assim o aprendizado.

Assim também varias pessoas cruzaram o caminho Harold Stonecroos, o Ser da noite, e na sede por sangue eis que suas reações lhe desperta para o fenômeno. Quando uma vitima lhe aparece eis o que sente o príncipe: , “ Então meu coração se acelera, as pupilas se dilatam e todos os meus sentidos ficam mais aguçados”. Eis que nos mostra uma besta, onde os instintos mais primitivos dominam, e a razão já não mais impera, e a sede superava qual quer remorso que vinhesse ter futuramente. No entanto depois da dança mortal, onde a fome era saciada, e onde as adversidades se apresentava este vinha a questionar, pois para ganhar os seus dons teve que perder coisas preciosas, como diria o próprio Harold “só os deuses têm a felicidade plena e o poder absoluto”

Eis que em dado momentos nosso Harold colocava em questionamentos a sua imortalidade: “De que vale a imortalidade se todos partem e a minha jornada sempre se torna solitária? Eu vago por uma trilha infinita e tortuosa.”

Com isso, percebe-se um homem que sofre por demais a sua sina, pois sente que as lembranças e as perdas perdurarão pela eternidade, pois, por mais monstro que seja, volta a ser a primeira coisa, "Homem" que é a sua essência.

O livro nos apresenta um banquete histórico e cultural. Fiz um passeio mitológico e filosófico, mistico e tantas outras temáticas, cheia de seus encantos.

Outro encontro que me encantou e que não posso deixar de citar, o encontro do Principe da noite com ela, Liádan, ele realmente a amava, e estava a todo o momento encantado com tal paixão, desfrutavado de seu amo. Percorria a Irlanda de Norte a Sul, entusiasmado com a sua realidade. Ela sabia muito bem como consegui o que queria, pois tão grande amor o terrível Harold sentia, e aceitando o que esta lhe pedia, e ao aceitar percebia o quanto era fraco diante de tal formosura mulher, e por muitas vezes conversava sozinho. “ Mulheres! Não se contentam em mandar no nosso coração. Querem nossos gestos, nossa mente, nossa alma! E não há como lutar. Seu encanto é tanto que ficamos indefesos como bebês. Fazemos seus caprichos com alegria...” Como não amar um vampiro desse? Amei!!!

Eduardo Kesse, nos apresentou direitinho a estória de forma inteligente e elegante, onde as lutas , o derramamento de sangue se faz de forma lúdica , nos apresentando o erostismo em meio ao horror, para nos lançar na fantasia. Me envolvi na estória de forma a não querer fazer mais nada a não ser terminar, e quando terminei quis continuar , pois sentir que uma estória dessa precisava continuar, e para minha felicidade tem sim a continuação, pois é uma série, e estou apenas começando nas emoções.

Diante disso tudo, desse turbilhão de acontecimentos e sentimentos nasce os questionamentos. Onde estão os deuses? Humano se contorce na luta pela sobrevivência, sofre a dor da carne e da alma, e nada fazem. Por quê? Talvez esteja a olhar e rir de sua engenhosidade, nos vendo apenas como uma marionete em suas mãos, mas não dar uma ajuda deixando-nos apenas o livre arbítrio de escolher o caminho a seguir, e estão a gargalhar de nossas escolhas, ou não,estão apenas enciumados por termos a tal famosa “escolha”, o que a eles não coube tal atração : "Escolher", pois, deuses já nasceram.

Para adquirir seu exemplar, entre em contato com autor:

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